Ela estava ao longe,
paralisada, cabelos ao vento, ar de intocada. Delicada e firme ao mesmo tempo, amparava-se em um banco verde, com pés descalços,vestindo um suéter surrado. Percebiam-se as lágrimas em sua face, as unhas negras dos resquícios da longa e solitária caminhada.
Ela estava ao longe, mas sentia-se de tão perto o odor amargo de sua mágoa.
Em delírio se banhou na chuva ácida que caia no fim daquela tarde, e partiu, como quem termina uma jornada, com os pés descalços e os cabelos lhe combrindo o medo na face.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Do meu amor desconexo
Hoje talvez não haja poesia no que eu diga,
talvez não haja mistério, talvez não haja novidade.
Hoje talvez falar me sangre o peito, do que não sei direito, do que não tem explicação.
Hoje talvez minha noite seja assim embalada, pelas cordas dedilhadas do seu violão melancólico, de seus dedos sem direção.
Talvez eu fique sem memória, e sem lógica invente uma história para que me dê perdão.
Hoje talvez eu fale do que se transforma, do que me acende alma, do que me tortura este fûnebro coração. Talvez eu fale do olhar de calma, do falar de brisa, do cheiro da noite enluarada. Talvez eu queira porque não consigo, porque cada dia é mais um dia e mais um dia.
Só quero falar do que me rasga, do que me leva as alturas, sem que meus pés tire do chão.
Só quero saber do teu jeito de menino, do teu trazer a calma quando me perco no vão. Hoje lhe quero, mas o peito rebate, já sinto ser tarde,e o que tanto quero já nem carece explicação!
Hoje eu não tenho nexo, hoje talvez não haja, hoje talvez não seja, hoje talvez eu fique, talvez eu fale um pouco mais.
talvez não haja mistério, talvez não haja novidade.
Hoje talvez falar me sangre o peito, do que não sei direito, do que não tem explicação.
Hoje talvez minha noite seja assim embalada, pelas cordas dedilhadas do seu violão melancólico, de seus dedos sem direção.
Talvez eu fique sem memória, e sem lógica invente uma história para que me dê perdão.
Hoje talvez eu fale do que se transforma, do que me acende alma, do que me tortura este fûnebro coração. Talvez eu fale do olhar de calma, do falar de brisa, do cheiro da noite enluarada. Talvez eu queira porque não consigo, porque cada dia é mais um dia e mais um dia.
Só quero falar do que me rasga, do que me leva as alturas, sem que meus pés tire do chão.
Só quero saber do teu jeito de menino, do teu trazer a calma quando me perco no vão. Hoje lhe quero, mas o peito rebate, já sinto ser tarde,e o que tanto quero já nem carece explicação!
Hoje eu não tenho nexo, hoje talvez não haja, hoje talvez não seja, hoje talvez eu fique, talvez eu fale um pouco mais.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
A Volta...
Já faz muito tempo que não passo por aqui, Ventre é refúgio para minhas sandices, mas as tenho guardado a sete chaves, além do mais, tenho um bloqueio descompassado com as teclas da modernidade. As vezes parece que nasci a mil anos, gosto de meus rabiscos, a visão do conserto me extasia, ainda que pareça loucura aos olhos dos navegantes do modernismo virtual. Gosto de minhas setas fazendo e desfazendo todo o contexto, dando forma e sentido ao que não faz sentido para mim.
Tantas coisas aconteceram neste meu recesso de memórias e visualizações ortográficas, fui pudica e leviana ao mesmo tempo, berrei mil vezes minha liberdade, mas irônicamente me algemei aos preconceitos do passado, na verdade, coloquei em meus pulsos uma algema breve, só para provar, fazer teste com a sobrevivência pós amor de juventude. Beijei, e como beijei na boca do azar, também dormi com ele mas de uma maneira diferente, para que ele tivesse de mim repulsa eterna e não ousasse, pelos tempos, cruzar meu caminho. Tudo bem! Tudo bem! Isto é um pouco, só um pouco.
Agora fecunda no Ventre uma nova fase, minhas idéias embrionárias tomam forma novamente, o que sou, em parte, deixo aqui como registro de minha doce e assumida loucura. Tudo muito pessoal muito e informal, mas de dentro, do fundo da alma.
Do que sei é que adoro compartilhar este meu lado confuso, sem início nem fim, essa explosão “litero- simbólica” de meus hormônios.
Tantas coisas aconteceram neste meu recesso de memórias e visualizações ortográficas, fui pudica e leviana ao mesmo tempo, berrei mil vezes minha liberdade, mas irônicamente me algemei aos preconceitos do passado, na verdade, coloquei em meus pulsos uma algema breve, só para provar, fazer teste com a sobrevivência pós amor de juventude. Beijei, e como beijei na boca do azar, também dormi com ele mas de uma maneira diferente, para que ele tivesse de mim repulsa eterna e não ousasse, pelos tempos, cruzar meu caminho. Tudo bem! Tudo bem! Isto é um pouco, só um pouco.
Agora fecunda no Ventre uma nova fase, minhas idéias embrionárias tomam forma novamente, o que sou, em parte, deixo aqui como registro de minha doce e assumida loucura. Tudo muito pessoal muito e informal, mas de dentro, do fundo da alma.
Do que sei é que adoro compartilhar este meu lado confuso, sem início nem fim, essa explosão “litero- simbólica” de meus hormônios.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Faço e desfaço
A língua portuguesa é um embaraço. Quando penso que certo faço, preciso refazer, consertar meus estragos...cace..!!
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Sobre limites e devaneios
Ouse me impor limites e serei leviana,
viverei ancorada no abismo e respirarei seu fracasso.
Ouse me impor caminhos e beberei o féu da sua frustração,
mergulharei em seus olhos e tripudiarei de sua ingenuidade.
Ouse escurecer meu brilho e segarei sua inveja, sapatearei em sua desgraça.
Ouse me decifrar e ceiarei contigo, dançarei com graça sua ultima valsa
e beberei o amargor de seu sangue.
Graci Felix
viverei ancorada no abismo e respirarei seu fracasso.
Ouse me impor caminhos e beberei o féu da sua frustração,
mergulharei em seus olhos e tripudiarei de sua ingenuidade.
Ouse escurecer meu brilho e segarei sua inveja, sapatearei em sua desgraça.
Ouse me decifrar e ceiarei contigo, dançarei com graça sua ultima valsa
e beberei o amargor de seu sangue.
Graci Felix
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Sobre o Ser
O Ser é reflexo de sua própria essência, de seus tropeços, de seus embaraços, de seus enganos camuflados, de sua mesquinhez velada. O Ser é nobre quando convém, mas torpe quando é de fato.
O Ser é a origem errada, a ânsia eterna de conserto dos milênios, é moldado em casca de mistério.
O Ser é gélido, é nada. Na verdade, ao mesmo tempo, a junção de tudo, um turbilhão de sentimentos e crendices levianas, um balaio histórico permanentemente mutável.
O Ser é um conjunto de obras inacabadas, de especulações toscas, de idéias mal resolvidas. Por si, se engana de seus atropelos, da limitação de sua alma e pela aparência a loucura apela.
O Ser é tudo, é o todo, uma páródia grotesca do jogo da realidade.
Graci Felix
O Ser é a origem errada, a ânsia eterna de conserto dos milênios, é moldado em casca de mistério.
O Ser é gélido, é nada. Na verdade, ao mesmo tempo, a junção de tudo, um turbilhão de sentimentos e crendices levianas, um balaio histórico permanentemente mutável.
O Ser é um conjunto de obras inacabadas, de especulações toscas, de idéias mal resolvidas. Por si, se engana de seus atropelos, da limitação de sua alma e pela aparência a loucura apela.
O Ser é tudo, é o todo, uma páródia grotesca do jogo da realidade.
Graci Felix
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Para sempre
Desejo ser tua para sempre... quando passas as noites em claro, e se levanta antes que o sol tarde para me preparar o dia. Quando entendes meu humor e silêncio, e perdoas meu tagarelar sem trégua. Quando compreendes meu confinamento, e me acalenta em teus braços até que eu durma serena. Quando não cansas de minhas sandices, e me ama sem medo e sem hora. Quando me olhas com ar de menino, e pensas mil vezes antes de terminar suas frases. Quando me ensinas o que sabes da vida, quando entendes de mim o que não entendo. Quando escutas atento meus lamentos, e arrancas de mim um sorriso embargado. Quando fazemos planos a luz da lua, e somos amantes até o raiar do novo dia. Quando queres viver para sempre a meu lado. Quando seu corpo em meu corpo cala, e me desejas a alma.
Graci Felix
Graci Felix
quarta-feira, 30 de junho de 2010
SOBRE MULHERES E MINHAS VENERAÇÕES
Graci Felix
Hoje estive pensando e por sinal pensando muito, sobre minhas raízes, sobre meu alicerce de vida. Às vezes entre uma conversa e outra me perguntam sobre minhas venerações, sobre meus exemplos de vida. Fiz uma grande busca em minha memória, não que isto seja tão relevante a outro ser quanto a mim mesma, mas o ato de compartilhar é algo que venero.
Desde muito pequena fui observadora e questionadora, uma falha honrosa, mas um tanto irritante, diga-se de passagem. Voltemos ao muito pequena. Quando pequena via minha avó Olga, em momentos de aperto, dividir um ovo para dez crianças famintas, se embrenhando na mata para colher batata-doce, aipim, taioba, maxixe e jurubeba, aprontar um grandioso fogão de lenha, com uma elegância peculiar digna de causar inveja as entranhas de tops nas passarelas e assim alimentar uma prole de parrudos descendentes dos reinos africanos. Da minha mãe Rita, recordo de assistí-la em um notíciário, em dia de chuva torrencial, ancorada em uma lotação, absurdamente lotada, no olhar o desespero da fêmea em busca da cria perdida e depois de travar uma batalha constatar que estávamos bem e bem alimentados pela matriarca Olga. Por mulheres assim tenho veneração descompassada, por Ritas, Conceições, Terezas, Julias, Olgas, Neusas, Lauras e Marinas, por mulheres que conquistam, com suor e honra e triunfam com orgulho e merecimento. É nelas que meus anseios se fitam. É por elas que mais um de meus dias se faz.
Hoje estive pensando e por sinal pensando muito, sobre minhas raízes, sobre meu alicerce de vida. Às vezes entre uma conversa e outra me perguntam sobre minhas venerações, sobre meus exemplos de vida. Fiz uma grande busca em minha memória, não que isto seja tão relevante a outro ser quanto a mim mesma, mas o ato de compartilhar é algo que venero.
Desde muito pequena fui observadora e questionadora, uma falha honrosa, mas um tanto irritante, diga-se de passagem. Voltemos ao muito pequena. Quando pequena via minha avó Olga, em momentos de aperto, dividir um ovo para dez crianças famintas, se embrenhando na mata para colher batata-doce, aipim, taioba, maxixe e jurubeba, aprontar um grandioso fogão de lenha, com uma elegância peculiar digna de causar inveja as entranhas de tops nas passarelas e assim alimentar uma prole de parrudos descendentes dos reinos africanos. Da minha mãe Rita, recordo de assistí-la em um notíciário, em dia de chuva torrencial, ancorada em uma lotação, absurdamente lotada, no olhar o desespero da fêmea em busca da cria perdida e depois de travar uma batalha constatar que estávamos bem e bem alimentados pela matriarca Olga. Por mulheres assim tenho veneração descompassada, por Ritas, Conceições, Terezas, Julias, Olgas, Neusas, Lauras e Marinas, por mulheres que conquistam, com suor e honra e triunfam com orgulho e merecimento. É nelas que meus anseios se fitam. É por elas que mais um de meus dias se faz.
SOBRE INTENÇÕES E BANALIDADES
Que saudade do meu cantinho! Passei um fim de semana longe de mim, o que na verdade tem sido uma constância...enfim. Comecei, em um dia de ostracismo, a pensar sobre tudo o que vivia, como se a vida me tivesse dado alguns minutos para arquitetar um plano em cima das possibilidades que me apresentava no distinto momento. Se por loucura ou vaidade, me vi tão grande, mas tão grande, que não coube tanto sentimento no pedacinho de mundo em que me encontrava. Revi meus conceitos, as coisas que realmente me davam prazer e quanta banalidade havia em minhas lembranças. Minha essência é muito livre e irônicamente me aprisiona quando teimo ao me enquadrar, ao me doar aos que não necessitam. Meus pensamentos são tão simples, tão cuidadosos, mas porque com pessoas descuidadas ao extremo? Perguntas na vida jamais serão respondidas, o tempo é assim, nos ensina e nos ensina, uma hora ele se cansa. Meu tempo é um velho senhor. Quero meus ares! Preciso do meu casulo! Chega de rastejos pelo mundo! É tempo de borboletas! É tempo de voar!
quinta-feira, 17 de junho de 2010
SOBRE A RAZÃO E SUAS SANDICES
Se pela razão...
Não sabemos o que há dentro de nós germinando, crescendo, pedindo passagem, sem ousar a licença. É triste o calar, mas calemos, sufoquemos enquanto o peito berra e as almas se fundem nos olhares pedintes, enquanto os corpos tiram proveito da fraqueza e se amam a meia-luz do passado. Enquanto os insanos e destemidos se reconhecem e estabelecem sem permissão mais um contrato. Coloquemos a chave na porta, rompe-se a aurora e de volta ao mundo real faz-se a moldura, a sociedade nos "ensina". As almas se reconhecerão eternamente, o brilho no olhar será sempre latente, mas os corpos hesitarão sempre que a razão for cega e carrasca.
Não sabemos o que há dentro de nós germinando, crescendo, pedindo passagem, sem ousar a licença. É triste o calar, mas calemos, sufoquemos enquanto o peito berra e as almas se fundem nos olhares pedintes, enquanto os corpos tiram proveito da fraqueza e se amam a meia-luz do passado. Enquanto os insanos e destemidos se reconhecem e estabelecem sem permissão mais um contrato. Coloquemos a chave na porta, rompe-se a aurora e de volta ao mundo real faz-se a moldura, a sociedade nos "ensina". As almas se reconhecerão eternamente, o brilho no olhar será sempre latente, mas os corpos hesitarão sempre que a razão for cega e carrasca.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Sobre gritos e sussurros
Foi infeliz aquele homem, de braços dados com o acaso, embrenhando-se em matas que não conhecia. Tentando tirar proveito da simpatia da vida e ousando pensar ser direito passar por cima do que não devia. Bem sei que foi infeliz aquele homem, tinha traços fortes no olhar, mas um medo que o tornava repugnante. Caminhava por entre os montes como se em faces pisasse, o sorriso amarelo emoldurava sua apatia, gritava por dentro e sussurava sandices. Levava nas mãos um cajado negro, negro por trazer nas veias o pesar dos maltratos passados, a covardia dos bábaros. Foi tão infeliz aquele homem, resmungando o mundo, distorcendo os fatos, ignorando os atos. Hoje o homem adormece, não mais grita, não mais sussurra, uma rosa na lapela e sua alma vaga. Como foi infeliz aquele homem
Sem pretenção
Não tenho a pretenção de viver só,
Ao que compreendo liguei a ti meus passos, meus pensamentos.
Não tenho a pretenção de viver só,
Quando digo que a casa é pequena e que o momento é triste,
Quando não nos compreendemos, quando o ar escassa.
Não tenho a pretenção de viver só quando penso no futuro, quando realizo a teu lado.
Ao que compreendo liguei a ti meus passos, meus pensamentos.
Não tenho a pretenção de viver só,
Quando digo que a casa é pequena e que o momento é triste,
Quando não nos compreendemos, quando o ar escassa.
Não tenho a pretenção de viver só quando penso no futuro, quando realizo a teu lado.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Falar e falar...
São exatamente 00:00h, esbarrei novamente com o desejo de violar a alma. Hoje não quero dramatizar, tão pouco romantizar mil poemas, quero apenas falar e falar e falar. Falar do que gosto de compartilhar, de como gosto de amar, amar e amar. Tenho muito trabalho a fazer, muitos projetos a realizar, deixei no passado pessoas que devariam ficar lá, longe, bem longe! Isso é bom, isso é muito bom! O processo inverso e irônico do "amar uns aos outros como a si mesmo" é a ânsia de amar ao próximo e esquecer de "si mesmo"! Causa-me arrepios, transtorna-me ao extremo! Aprender tem sido a melhor parte, olhar-me refletida no espelho e ter a certeza de que "esta sou eu!"...sem sombra, sem podas! Tenho em mim dezenas de perguntas sem respostas, se não as encontro normalmente, no decorrer dos dias, procurar pra quê? Não preciso delas! Do hoje quero tudo, não me contentarei com "meio isso", "meio aquilo", balela! Tenho em mãos tudo o que necessito para construir o novo. Dividir a vida tem sido algo desafiante, mas prazeroso ao extremo. Ser do outro sendo de "mim mesma" é barbaro, alucinante! Do trabalho? Tenho ferramentas distintas, meu desejo e meu espírito livre. Por hora, cansei-me de meus pensamentos, retorno ao trabalho e que não tentem prender- me as asas, que não me detenha o cansaço do dia. Bom dia a todos!
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Do que sou
Sou de tudo o pouco nada,
Sou de nada, o tudo em pouco,
Sou do ferro, sou em brasa,
Sou da água, sou do fogo.
O indefinido me define,
O meu fim é o meu começo,
Me divirto quando grito
E me calo se aborreço.
Sou doçura em amargor,
E pudor em devaneios,
Sou loucura no furor,
Sou o clero e o puteiro.
Despedida em longa estrada,
Meia curva ao meio-dia
Pensamento em encruzilhada,
Desespero e apatia.
Submissa em sua estada,
Sua dona em longa trilha,
Sou de mim um tudo-nada,
Da escória um lindo dia.
Sou da falta companheira,
Da mentira maestria
Da alegria verdadeira,
Derradeira desta vida.
Sou de nada, o tudo em pouco,
Sou do ferro, sou em brasa,
Sou da água, sou do fogo.
O indefinido me define,
O meu fim é o meu começo,
Me divirto quando grito
E me calo se aborreço.
Sou doçura em amargor,
E pudor em devaneios,
Sou loucura no furor,
Sou o clero e o puteiro.
Despedida em longa estrada,
Meia curva ao meio-dia
Pensamento em encruzilhada,
Desespero e apatia.
Submissa em sua estada,
Sua dona em longa trilha,
Sou de mim um tudo-nada,
Da escória um lindo dia.
Sou da falta companheira,
Da mentira maestria
Da alegria verdadeira,
Derradeira desta vida.
Por falar em rosas
Eu só falei das rosas, era delas que eu queria falar. Púrpuras, amarelas, corais e azuis tão raras, esbarrando na leveza do céu. Eu não tinha olhos para mais nada, eram espinhos em minhas mãos e em meu corpo indefeso, mas eu queria falar das rosas, da sua beleza e da sua fragância. Havia espinhos me sangrando o peito, mas havia pétalas enfeitando o chão.
Já é tarde, preciso colocar um curativo em minha alma. Obrigada pelas rosas, elas são lindas!
Já é tarde, preciso colocar um curativo em minha alma. Obrigada pelas rosas, elas são lindas!
terça-feira, 6 de abril de 2010
Esta madrugada revirei minha cabeça, assustei-me com o que encontrei, jamais pensei encontrar tanto, visitar tanto, ler mensagens tão desconexas. Tudo bem, elas não fazem sentido hoje, mas já fizeram. Deus, como sou louca! Como sou livre! E como gosto disso. Percebi que não vivo mais só de sonhos, estou realizando, caral..., realizando!!!!! Até revi meus conceitos sobre palavrões, irônico! Até hoje perto da minha mãe nem um sai de minha boca, ela até pode falar, mas não admite a quebra de certas regras. Mas eu adoro falar e falar mil deles. Tá... eu admito! Às vezes os falo sozinha e rio pra caral...., sem fim!! Voltemos ao vasculhar da minha cabeça...Meu Deus!!! Preciso de uma pausa...Tô assustada comigo! Mas disso tudo eu GOSTO e GOSTO MUITO!!
terça-feira, 30 de março de 2010
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Mil Palavras
Graciele Felix
Mais de mil palavras me acordaram hoje,
Mais de mil lembranças,
Mais de mil sentenças,
Mais de mil poemas
Eram mais de mil, pensei
Eram mais de mil, nem sei
Eram muitas,
Eram todas no mesmo lugar
Mais de mil escritos me atormentaram hoje
São minhas lembranças mortas
Minhas cartas de amor esquecidas
Hoje a solidão roubou meu travesseiro
Mais que desespero, uma dor tamanha
Hoje o silêncio invadiu meu peito
Me fez de sombreiro, sentou-se aqui
Mais de mil imagens se desfizeram
Não te vejo mais, a mais de mil...
Nem sei mais quem sou.
Mais de mil palavras me acordaram hoje,
Mais de mil lembranças,
Mais de mil sentenças,
Mais de mil poemas
Eram mais de mil, pensei
Eram mais de mil, nem sei
Eram muitas,
Eram todas no mesmo lugar
Mais de mil escritos me atormentaram hoje
São minhas lembranças mortas
Minhas cartas de amor esquecidas
Hoje a solidão roubou meu travesseiro
Mais que desespero, uma dor tamanha
Hoje o silêncio invadiu meu peito
Me fez de sombreiro, sentou-se aqui
Mais de mil imagens se desfizeram
Não te vejo mais, a mais de mil...
Nem sei mais quem sou.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Corpo Nu
Graciele Felix
Hoje fui menos pudica,
Pensei mil sandices,
Me despi em frente ao espelho
e vislumbrei meu corpo nu,
Amei-me como um homem apaixonado
Extasiado com um brilho sutil e melancólico no olhar
Me vi mil mulheres agonizando o perdão dos pecados
Oferecendo preceitos e gozando verdades
Mas hoje somente pecou meu pensamento
De tal maneira que anestesiou minha pieguice
e enterrou meu preconceito.
Hoje fui menos pudica,
Pensei mil sandices,
Me despi em frente ao espelho
e vislumbrei meu corpo nu,
Amei-me como um homem apaixonado
Extasiado com um brilho sutil e melancólico no olhar
Me vi mil mulheres agonizando o perdão dos pecados
Oferecendo preceitos e gozando verdades
Mas hoje somente pecou meu pensamento
De tal maneira que anestesiou minha pieguice
e enterrou meu preconceito.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Meia-Hora
Graciele Felix
Hoje preciso de meia hora de tédio,
Que não me olhes, que não me cobres maturidade e sensatez,
Que não me desaprove, que não me queira.
Hoje preciso de meia hora para exercer meu egoismo,
Repousar no egocentrismo, me comprar uma peça de grife,
Fumar um charuto cubano, beber uma garrafa de uísque,
Subir na mesa e me despir como louca arrancando desejo dos olhos.
Hoje preciso ser mesquinha, não doar apenas por meia hora,
Comer caviar com polenta no jantar, sapatear na tristeza alheia
e descalçar no carvão em brasa.
Hoje preciso chorar minhas mágoas, afogar a tristeza
em minha ressaca e por meia hora não ser mais nada.
Hoje preciso de insanidade e rigidez aparente,
intolerância e covardia, para em meia hora acabar com todo o dia
Hoje preciso de meia hora e meia taça de água gelada
para sufocar minha alma e gargalhar sobre tua apatia.
Hoje preciso de meia hora de tédio,
Que não me olhes, que não me cobres maturidade e sensatez,
Que não me desaprove, que não me queira.
Hoje preciso de meia hora para exercer meu egoismo,
Repousar no egocentrismo, me comprar uma peça de grife,
Fumar um charuto cubano, beber uma garrafa de uísque,
Subir na mesa e me despir como louca arrancando desejo dos olhos.
Hoje preciso ser mesquinha, não doar apenas por meia hora,
Comer caviar com polenta no jantar, sapatear na tristeza alheia
e descalçar no carvão em brasa.
Hoje preciso chorar minhas mágoas, afogar a tristeza
em minha ressaca e por meia hora não ser mais nada.
Hoje preciso de insanidade e rigidez aparente,
intolerância e covardia, para em meia hora acabar com todo o dia
Hoje preciso de meia hora e meia taça de água gelada
para sufocar minha alma e gargalhar sobre tua apatia.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Fenda Rasa
Graciele Felix
Sequer preciso pensar,
Já provei tudo o que podia
Transmutei meu sangue amargo
Para alegrar a poesia,
para habitar a cama deserta
Já sequei todas as lágrimas,
Antes de me aventurar denovo
Sequer preciso pensar agora
Dei tudo o que eu tinha
Fui tudo o que devia
Pensar mais para quê?
Ninguém espanta meus fantasmas
No final tudo é triste
A cortina se rasga na tempestade de areia
Me recoloco e volto a viver só
Sequer preciso pensar mais
Das cinzas me refaço,
Foi só um lapso
Uma fenda rasa no meio do caminho.
Sequer preciso pensar,
Já provei tudo o que podia
Transmutei meu sangue amargo
Para alegrar a poesia,
para habitar a cama deserta
Já sequei todas as lágrimas,
Antes de me aventurar denovo
Sequer preciso pensar agora
Dei tudo o que eu tinha
Fui tudo o que devia
Pensar mais para quê?
Ninguém espanta meus fantasmas
No final tudo é triste
A cortina se rasga na tempestade de areia
Me recoloco e volto a viver só
Sequer preciso pensar mais
Das cinzas me refaço,
Foi só um lapso
Uma fenda rasa no meio do caminho.
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