Ela estava ao longe,
paralisada, cabelos ao vento, ar de intocada. Delicada e firme ao mesmo tempo, amparava-se em um banco verde, com pés descalços,vestindo um suéter surrado. Percebiam-se as lágrimas em sua face, as unhas negras dos resquícios da longa e solitária caminhada.
Ela estava ao longe, mas sentia-se de tão perto o odor amargo de sua mágoa.
Em delírio se banhou na chuva ácida que caia no fim daquela tarde, e partiu, como quem termina uma jornada, com os pés descalços e os cabelos lhe combrindo o medo na face.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
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