quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Estou vivendo em um temporal! Sim, em um temporal!
É tão absurdo está tão seca, com o penteado "armado",
com a maquiagem sem borrões...
Passam carros nas poças que me rodeiam,
mas a poeira de meus passos continua seca...
Estou vivendo em um temporal! Sim, em um temporal!

sábado, 3 de setembro de 2011

Que me cause êxtase esta invasão de felicidade infinita. E assim, serei breve, serei leve, inesquecível...sua...minha... da minha paixão...da música...da vida...do que eu quero e dos pretensos impossíveis.
Graci Felix

domingo, 21 de agosto de 2011

CHEIRO DE MUNDO

Por Graci Felix


Não é seguro abrir a porta
quando o desejo rebate e insiste em romper o silêncio,
quando o anseio de liberdade ecoa,
quando o raiar do sol ilumina a retina.
Não é seguro destravar as janelas
quando a ousadia se cansa das grades,
quando o cheiro do mundo me invade,
quando as noites são de lua cheia.
Não é seguro quebrar as correntes
quando o mar se revolta e acasala com as estrelas,
traindo a natureza em alto som de êxtase.
Não é seguro cortar as amarras,
Não é seguro tirar a casca,
Não é seguro respirar com calma.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

SOBRE SONHOS E CORRENTES

Por Graci Felix


Era como corrente em meus pulsos,
Mesmo que eu não soubesse o motivo que me levava ao encontro deste sentimento
Era tão real que me desorientava, que me dominava
Era como se me empurrassem em um porão sombrio e gélido
Como se minhas malas fossem pedras, carregadas com apatia e furor
Era como se as palavras, que me invadiam naquele lugar vazio e sem nexo,
me atordoassem e quebrassem meu encanto
Nada mais fazia sentido, tudo era metáfora mal aplicada.
Era como um pesadelo, daqueles que você grita e ninguém ouve, daqueles que você corre mas não sai do lugar
Era assim, sem brilho, sem propósito, sem êxito
Eu estava escravizando meus ideais com ilusões práticas, fazendo com minhas possibilidades o mesmo que fizeram com meus ancestrais
Não eram as pessoas, mas a falta de desejo que as rodeava...
a falta de liberdade que as acomodava
Era o brilho em meus olhos aprisionado, este que me torturou por dias, por anos, por quase uma década.

domingo, 24 de abril de 2011

Vão lhe dizer que não pode, que o fundamental é manter os pés no chão, que o destino pode ser cruel e arriscado e que deve-se pensar duas vezes antes de cruzar a ponte.Você vai perceber que o fundamental é deixar a mente voar, que o destino é seu companheiro ideal, e que a ponte...o melhor da ponte está do outro lado.
Graci Felix

terça-feira, 22 de março de 2011

Meu menino guia

Por Graciele Felix

Me bate uma tristeza estranha no peito
um soluço com precedentes, uma lacuna no ser
Me invade uma ira calada...
Queria tê-lo nos braços, acalmar os teus medos
e niná-lo no leito...
Meu menino guia!
Ele traz nas mãos os grilhões de coragem,
a paz em sua imagem, o sorriso no olhar
Vivifica a mortandade nos caminhos
e retira os espinhos das mãos dos iguais
Ele tem seu corpo marcado pela história de um povo,
um registro tosco de uma luta voraz
Ele agora é só um menino, mas seu brilho de alma
espanta o breu desigual
Ele vem em carisma envolto,
traz na vida seu grande tesouro,
meu guerreiro vivaz.

Para meu irmão, meu filho, meu guia Herivelton Felix.

domingo, 13 de março de 2011

Sobre esquecer

É como se me apontassem um punhal,
Como se me exigissem escolhas,
me propusessem uma realidade subjugada à mentira
É como se me torturassem
e em mim criassem mundos paralelos e viventes
Como se me envolvessem com máscaras
e me surpreendessem no abismo
É como um labirinto sem opção de chegada
Sem lembrança do caminho de partida
É como se retrucassem e emudecessem meus lábios
como se me desamparassem, e me sacrificassem
Tornando frívolo meu medo
É como se me fingissem escancaradamente,
E duelassem com minhas certezas
É como se eu já não fosse...
Como se eu tivesse esquecido o que era.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ao Lamento...

Lamento!
É só o que posso
depois de ter-me atormentado os dias
de ter tornado sal minha alegria,
depois de ter rompido nosso elo
e aniquilado minhas lembranças
Lamentar é só o que me cabe
Mirar tua face turva e eternizar teu olhar de culpa
Repousar em teu peito sem dono,
"estilhaçar" meu amor profano
e entorpecer por engano teus delírios e apelos
Lamentar me sangra a alma!
Me resta endeuzar o tempo
lamentar se por apatia e medo
se por loucura e apego
fiz preso nosso grito de liberdade.

É do AMOR que falo...

É do meu amor que falo,
deste que não sei se vai ou se fica,
se escondo ou grito com vida
É do meu amor que temo,
que me sangre em palavras,
que me tomes sem permissão e siga
É deste que repousa em mim desde quando eu não era,
desde quando eu não sabia
que me apavora e some,
que me invade e habita
É do meu amor cabreiro,
deste sentir brejeiro, do falar desalinhado,
do exercer a culpa, de protelar sem calma
É deste sem ida, nem volta,
sem som e sem hora
É deste que já nem sei se fora,
que já nem sei se era,
Que já nem sei se tenho.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sobre o presente e o passado

As vezes o passado responde com um sorriso escondido,
Com um brilho ofuscado no olhar
As vezes o presente se ressente, atende ao que se diz eloquente
Emudece com quem se fere, e chora como quem se esquece
Senta-se em frente ao presente e ri como quem tem
E se desespera como quem perde
As vezes o passado reclama, faz ponte na velha cama
E como quem ama ressoa perdido no ar
As vezes insiste, se abate, se ira e se divide
E com quem já não vive ergue uma bandeira de paz.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sobre ela

É só minha, impossível de ser calculada
impossível de ser medida
É profunda e amarga, tão solitária quanto meu silêncio
Não cabe em mais ninguém, rasga em meu peito, dilata e adormece
É insistente e revolta, estridente e apática
É minha quando me apodrece, me completa quando me estraga
Não quero tê-la e não quero dá-la.