quarta-feira, 11 de maio de 2011

SOBRE SONHOS E CORRENTES

Por Graci Felix


Era como corrente em meus pulsos,
Mesmo que eu não soubesse o motivo que me levava ao encontro deste sentimento
Era tão real que me desorientava, que me dominava
Era como se me empurrassem em um porão sombrio e gélido
Como se minhas malas fossem pedras, carregadas com apatia e furor
Era como se as palavras, que me invadiam naquele lugar vazio e sem nexo,
me atordoassem e quebrassem meu encanto
Nada mais fazia sentido, tudo era metáfora mal aplicada.
Era como um pesadelo, daqueles que você grita e ninguém ouve, daqueles que você corre mas não sai do lugar
Era assim, sem brilho, sem propósito, sem êxito
Eu estava escravizando meus ideais com ilusões práticas, fazendo com minhas possibilidades o mesmo que fizeram com meus ancestrais
Não eram as pessoas, mas a falta de desejo que as rodeava...
a falta de liberdade que as acomodava
Era o brilho em meus olhos aprisionado, este que me torturou por dias, por anos, por quase uma década.