Hoje talvez não haja poesia no que eu diga,
talvez não haja mistério, talvez não haja novidade.
Hoje talvez falar me sangre o peito, do que não sei direito, do que não tem explicação.
Hoje talvez minha noite seja assim embalada, pelas cordas dedilhadas do seu violão melancólico, de seus dedos sem direção.
Talvez eu fique sem memória, e sem lógica invente uma história para que me dê perdão.
Hoje talvez eu fale do que se transforma, do que me acende alma, do que me tortura este fûnebro coração. Talvez eu fale do olhar de calma, do falar de brisa, do cheiro da noite enluarada. Talvez eu queira porque não consigo, porque cada dia é mais um dia e mais um dia.
Só quero falar do que me rasga, do que me leva as alturas, sem que meus pés tire do chão.
Só quero saber do teu jeito de menino, do teu trazer a calma quando me perco no vão. Hoje lhe quero, mas o peito rebate, já sinto ser tarde,e o que tanto quero já nem carece explicação!
Hoje eu não tenho nexo, hoje talvez não haja, hoje talvez não seja, hoje talvez eu fique, talvez eu fale um pouco mais.
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