terça-feira, 15 de junho de 2010

Sobre gritos e sussurros

Foi infeliz aquele homem, de braços dados com o acaso, embrenhando-se em matas que não conhecia. Tentando tirar proveito da simpatia da vida e ousando pensar ser direito passar por cima do que não devia. Bem sei que foi infeliz aquele homem, tinha traços fortes no olhar, mas um medo que o tornava repugnante. Caminhava por entre os montes como se em faces pisasse, o sorriso amarelo emoldurava sua apatia, gritava por dentro e sussurava sandices. Levava nas mãos um cajado negro, negro por trazer nas veias o pesar dos maltratos passados, a covardia dos bábaros. Foi tão infeliz aquele homem, resmungando o mundo, distorcendo os fatos, ignorando os atos. Hoje o homem adormece, não mais grita, não mais sussurra, uma rosa na lapela e sua alma vaga. Como foi infeliz aquele homem

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