segunda-feira, 27 de julho de 2009

Alma

Graciele Felix

Encontrei na escrivaninha do quarto um bilhete sombrio, relatando momentos a fio,
inundando de medo minha alma sem dono.
Sonolenta, as palavras invadiram meu pensamento vazio, nele o seguinte recado:
"- Me redimo do mundo eliminando a sombra, bebendo o vinho amargo preparado com o féu da vida. De tudo, rebatoos pensamentos mesquinhos, a loucura dos são. Deixo gravado nos seios mundanos as digitais desta vida que vivi por engano."
Como num sonho profundo a neblina juntou-se as palavras soltas da solidão, acordei como se saisse do ventre de minha mãe,
na parede branca do quarto isolado duas datas bem marcadas :
1822 - 1852 .
Sem lamentar volto ao que me formaste, me dou conta de minhas vidas, do quanto caminhei até chegar aqui.

Alma 1952 - 1982

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