Graciele Felix
Ando chorando por dentro, cantando lamentos nos bares da cidade,
Ando com saudade de ser criança, de ter o futuro nas mãos e de brincar com a paciência.
As vezes bate a calmaria, outras vezes o mar está tão revolto que qualquer vento contrário desimbesta minha imensidão. Já esbarrei com a morte, mandei telegrama para o azar, já vivi dias de glória e vi muita gente desistir, porque são muitos os caminhos, sabe?
Ando cansada de rostos tristes, da falsidade humana, da avidez mascarada. Das lembranças em meus pesadelos, dos anseios de paz da humanidade.
Minhas mãos não reconhecem mais o trabalho e o fardo está tão pesado, que me dou conta de que ainda estou no meio do caminho.
Ando inquieta, querendo ouvir amor nos lábios de minha pátria, que cala enquanto é maltratada. Ando sem rumo, porque apesar de colocarem rédias nesta porra de destino, me fecho com medo, como se fosse um menino a caminhar sozinho. Ando sem saco das palavras vazias e de hospedar em mim este descontentamento inoportuno.
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